segunda-feira, 21 de maio de 2012

Novo Eldorado em MG


Minas tem nova 
"fronteira 

minerária"
 
 
Médio Espinhaço, na região Central do Estado, consolida-se como alvo dos grandes investidores do setor. 


RAFAEL TOMAZ. 




 Grandes empreendimentos voltados para a exploração de minério de ferro prometem transformar o Médio Espinhaço (região Central do Estado) na nova "fronteira minerária" de Minas Gerais, impulsionando a economia de pequenas cidades, como Guanhães, Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro. Para se ter uma ideia, apenas duas empresas - Anglo American (Sistema Minas-Rio) e Manabi Holding - preveem produzir cerca de 140 milhões de toneladas/ano, mais da metade do que é extraído hoje no Estado, aproximadamente 260 milhões de toneladas/ano.

As reservas existentes na área são conhecidas há alguns anos, mas sua exploração era considerada economicamente inviável, em virtude dos elevados investimentos necessários para beneficiamento e escoamento. Com o avanço tecnológico e o aumento significativo nos preços do mineral no mercado internacional, este cenário mudou e o Médio Espinhaço passou a atrair a atenção de investidores. Agora, a região começa a trilhar um caminho similar ao do Norte de Minas, que já conta com projetos bilionários em fase de implantação.

 
ANGLO AMERICAN / DIVULGAÇÃO
O projeto mais adiantado no Médio Espinhaço é o Sistema Minas-Rio, da Anglo American, que deve consumir US$ 5 bilhões
O projeto mais adiantado no Médio Espinhaço é o Sistema Minas-Rio, da Anglo American, que deve consumir US$ 5 bilhões

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), entre 2008 e a primeira quinzena deste mês, deram entrada no órgão 124 processos para pesquisa de minério, considerando-se os municípios de Conceição do Mato Dentro (55 requerimentos), Morro do Pilar (30), Guanhães (24) e Alvorada de Minas (15). E entre as empresas que entraram com solicitação está a Vale S/A, conforme o DNPM.

O superintendente de Mineração e Metalurgia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Eduardo Carlos Jardim Mozelli, confirma que a região já é considerada uma das mais importantes fronteiras minerárias do Estado, em virtude da capacidade de atração de aportes. "O Quadrilátero Ferrífero, na parte mais próxima a Belo Horizonte, por exemplo, já está consolidado", diz.

Além disso, segundo ele, é verificada uma maior movimentação de empresas do setor de prestação de serviços, interessadas nos projetos em desenvolvimento na região. "Este segmento voltado para a indústria da mineração tem grande importância para o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas", explica Mozelli.

O projeto mais adiantado no Médio Espinhaço é o Sistema Minas-Rio, da Anglo American, que deve consumir investimentos da ordem de US$ 5 bilhões. A companhia produzirá, inicialmente, 26 milhões de toneladas/ano de minério de ferro em suas jazidas em Conceição do Mato Dentro. O start-up está previsto para 2013.

Porém, este volume poderá aumentar em 246%, já que a mineradora vem realizando pesquisas na área para confirmar as reservas necessárias para ampliar o projeto inicial. Estima-se que a capacidade do Sistema Minas-Rio possa alcançar entre 80 milhões de toneladas/ano e 90 milhões de toneladas/ano, conforme já informou o presidente da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil, Paulo Castellari. Além das jazidas, os aportes compreendem um mineroduto, entre Conceição do Mato Dentro e o Porto Açu, em São João da Barra (RJ). A empresa também é sócia do terminal no litoral fluminense.

Outro projeto em desenvolvimento é o da Manabi Holding S.A., em Morro do Pilar. Apesar de a empresa não detalhar os planos de operação, diversas fontes do mercado acreditam que a produção da companhia poderá alcançar 50 milhões de toneladas anuais.

Ao todo, a Manabi possui direitos para prospecção de minério de ferro em uma área de cerca de 9 mil hectares, nos municípios de Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro e Passabem. Além do desenvolvimento da mina, está prevista a implantação de um mineroduto e de um porto. Já a Vetor Sul Mineração está prospectando áreas em Guanhães. No entanto, ainda não existem projeções em relação ao volume que será produzido nas jazidas da empresa mineira.

Diario do Comercio   30 março 2012

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