sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Engenheiros e indústria ferroviária debatem gargalo logístico


É preciso retomar o auge do transporte ferroviário que o Brasil viveu nas décadas de 1960 e 1970.

 A indústria ferroviária nacional tem condições de absorver a demanda, ela tem tecnologia para isso, porém é preciso que o governo invista na construção de ferrovias. Este foi o recado deixado pelos participantes do Fórum SAE Brasil de Tecnologia Ferroviária, realizado no dia 18 de outubro, em Campinas (SP). 


Diversos especialistas do mercado ferroviário nacional debateram a situação do setor e os investimentos que o País precisa para mudar e modernizar o sistema. Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), comentou sobre a capacidade da indústria ferroviária fez um paralelo entre o que o setor já representou ao Brasil e o que representa hoje.

De acordo com Abate é preciso desagregar o transporte de carga do transporte de passageiros. “O volume está aumentando muito e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) precisa ter suas linhas liberadas do transporte de cargas, por isso, o plano do governo é que, até o final desse ano, seja finalizada uma linha férrea que levará direto ao Porto de Santos”, explicou.

Abate contou que o faturamento do mercado ferroviário dobrou em quatro anos e a previsão para 2012 é crescer 12%. “Hoje, o Brasil possui 30 mil km de vias férreas, o ideal seria que chegasse a 50 mil km”, disse.

O executivo lembrou que, na década de 1960, o Brasil transportava 100 milhões de passageiros pelas vias férreas. Na década de 1970, cerca de 2% do PIB era aplicado em transporte ferroviário e atualmente não se aplica nem 1%. “Isso precisa mudar com urgência, a realidade hoje é outra e o País precisa continuar a crescer”, concluiu.

Atualmente, o investimento do governo em ferrovias é de R$ 1,3 bilhão, proveniente do PAC da mobilidade, que conta com R$ 32 bilhões. Segundo Abate, esses números mostram que o governo federal acredita no transporte ferroviário como solução para resolver o gargalo da logística no Brasil.

Tecnologia

No âmbito da tecnologia, o professor doutor Fabiano Fruett, da Unicamp, apresentou um equipamento desenvolvido por um estudante da instituição, que mede o nível de conforto no transporte. O dispositivo reconhece, por meio da aquisição de dados de aceleração, os pontos do percurso que houve mais oscilações, temperaturas elevadas e ruídos em excesso.

De acordo com Fruett, o sensor é capaz de mensurar, com precisão, quais os fatores que interferem na qualidade do transporte particular ou público. “Um equipamento como esse pode ser muito importante para o mercado, para quem oferece o transporte ou mesmo para o usuário”, explicou.

O consultor em soluções de logística, Jean Carlos Pejo, disse que o encontro promovido pela SAE BRASIL é uma ótima oportunidade para reunir diversos públicos e proporcionar maior facilidade de sugerir mudanças. “O setor ferroviário é muito conservador, então isso pode ajudar e muito na discussão de ideias e saídas para os diversos problemas”, comentou.

No primeiro painel, intitulado Inovações para o transporte de passageiros, Pejo afirmou que, em se tratando de tecnologia, não basta apenas implantá-la, é preciso saber exatamente o tipo de serviço que se pretende ter, o que se busca e como ganhar eficiência. “Não adianta termos linhas inúteis que não servem para nada. Não basta apenas dizer que vai funcionar. É importante implantar de forma correta e no local correto”, informou Pejo.

Outro convidado, Sérgio Lombardi, gerente de projetos da Siemens, deu exemplo quanto à necessidade de ter pleno conhecimento da tecnologia. “Por que o VLT não é considerado na matriz dos transportes? Ainda não se sabe ao certo e com propriedade tudo o que está por trás desse veículo, para uns ele é vantajoso, para outros não, mas ninguém explica o real motivo”, apontou.

O chairman do simpósio, Pedro Nogueira, acrescentou que para viabilizar o transporte de passageiros é preciso atualizar todo o leito ferroviário e trazer ao mercado novo material rodante de qualidade.

No segundo painel, Desbravando o gargalo logístico por meio de material rodante inovador, o jornalista e mediador, Gerson Toller, disse que, assim como no setor de passageiros, o Brasil está prestes a ver grandes mudanças no setor de transporte de cargas. “Hoje em dia o Brasil só possui sistemas para grandes cargas, é preciso termos também serviços para cargas intermediárias, assim como no passado”, disse.

O diretor da Progress Rail, João Sérgio Barra, afirmou que o nosso mercado está em constante evolução e que os engenheiros e a indústria são os responsáveis por fazer com que ele cresça cada vez mais. “É importante que procuremos e avaliemos as melhores soluções para nós”, ressaltou.

Sérgio Jabur, gerente de aplicação industrial e desenvolvimento de novos negócios da Scheffler, apresentou soluções nacionais e outras que poderiam vir para o Brasil. “É preciso analisar e aplicar a tecnologia que mais condiz com o nosso território e nossas necessidades”, defendeu.

O Brasil tem excelência no transporte de minério de ferro e segundo Pejo, precisamos buscar essa competência também para outros setores. “Atualmente apenas 2% do transporte de containers é feito por meio de nossas ferrovias o que faz com que ainda sejamos ineficientes nos segmentos que apresentam grande competição”, demonstrou.

Para o consultor, ser competitivo é ser competente. “Temos que fazer bem feito, não adianta implantar sem antes saber exatamente o que o mercado demanda”, disse. “O frete rodoviário ainda é muito alto porque nenhum outro setor ameaça esse mercado”, finalizou o consultor.

Fonte: O Empreiteiro

Publicada em:: 26/10/2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Minas ganha o maior complexo mundial de armazéns de café



A Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), em Minas Gerais, inaugurou ontem a segunda etapa do Complexo Industrial do Japy, o maior conjunto de armazenamento do mundo para café. O Japy congrega um módulo de três armazéns e 20 silos, que somam capacidade de estocagem equivalente a 1,5 milhão de sacas de café (de 60 quilos ). O novo complexo conta também com capacidade para 180 mil sacas - ou 10,8 toneladas - de cafés preparados.

 "Esta nova estrutura é de fundamental importância para modernizar o armazenamento de café, que continua sendo o único produto que ainda usa saca de 60 quilos como embalagem", disse Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, ao DCI.

O novo complexo levou três anos para ser erguido e consumiu investimentos da ordem de R$ 75 milhões.


Autor: Bruno Cirillo. Fonte: DCI

19/10/2012 | Café  

terça-feira, 16 de outubro de 2012

SAE BRASIL reúne especialistas em Campinas para debater o setor ferroviário nacional


Entidade promove encontro para discutir a qualidade do mercado de
 material rodante e possíveis melhorias no segmento

Para disseminar o conhecimento tecnológico da mobilidade no setor ferroviário, será realizado no dia 18 de outubro, o 1º Fórum SAE BRASIL de Tecnologia Ferroviária. O encontro acontece no auditório da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, em Campinas, São Paulo.


O encontro organizado pela seção Campinas da SAE BRASIL irá reunir diversos especialistas do setor que mostrarão suas soluções para melhorar esse que é um transporte barato e rápido e pode otimizar, e muito, os gastos com logística.


Pedro Nogueira, chairman do fórum, acredita que essa também será uma ótima oportunidade para os mercados automotivo e ferroviário se comunicarem e fazerem intercâmbio de ideias. “Hoje procuramos por soluções e quebramos a cabeça para descobrir coisas que já são aplicadas, basta apenas pesquisar e incorporar ao seu mercado. É preciso fazer benchmarking”, explica.


O encontro irá tratar com mais objetividade a questão de como que a qualidade do material rodante pode ajudar a melhorar a estrutura desse transporte. “Não iremos abordar a questão da infraestrutura. O que queremos mostrar é a competência que a nossa indústria tem para resolver alguns gargalos apenas desenvolvendo bons componentes para esse mercado”, afirma Nogueira.


Participantes – Para discutir e dar um amplo panorama de como está o setor ferroviário no Brasil, Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), fará uma palestra no fórum. “Essa participação nos dará a noção da real situação desse mercado no País, e, além disso, teremos o Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) que também enriquecerá o nosso encontro”, afirma Nogueira.


Serão apresentados, ainda, dois painéis com a participação de profissionais ligados à indústria produtora de material rodante. “Focamos os painéis na direção que queremos tomar daqui para frente na SAE BRASIL, pois enxergamos este fórum como uma grande oportunidade para reforçar a modalidade ferroviária no portfólio da entidade”, explica o chairman.


“Pela qualidade de seu conteúdo e fidelidade aos objetivos da SAE, os eventos das Seções Regionais da SAE BRASIL vêm contribuindo para o avanço de mobilidade brasileira. O foco de seus participantes e patrocinadores torna esses encontros ocasiões ideais para lançamento de produtos inovadores e ideias avançadas”, diz Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL.



Veja abaixo a programação completa do fórum:

9h - Palestra de abertura

9h10 - Palestra de Vicente Abate, presidente da ABIFER.

9h30 - Palestra técnica da EPL, com Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).

10h45 - Painel - "Inovações para o transporte de passageiros". Moderado pelo jornalista Gerson Toller.

11h45 - Painel - "Destravando o gargalo logístico por meio de material rodante inovador" moderado pelo jornalista Gerson Toller.
Quando e onde :

 Dia 18 de outubro de 2012 Onde - Unicamp – Faculdade de Engenharia Mecânica - 2º Piso - Bloco ID2 - rua Mendeleyev, 200 - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" - Distrito de Barão Geraldo - Campinas SP
SAE BRASIL

Congresso SAE BRASIL 2012 


SAE BRASIL 20 anos 

sábado, 13 de outubro de 2012

CREA Minas 1º painel da Indústria Metroferroviária

1º Painel da Indústria Metroferroviária no Brasil acontece em Belo Horizonte na próxima terça, 16 de outubro de 2012

 

 em 16 de outubro de 2012,

O Crea-Minas promove, o 1º Painel da Indústria Metroferroviária no Brasil.

O evento recebe o apoio institucional da ABIFER.

A intenção é apresentar o estado da arte do desenvolvimento tecnológico da engenharia metroferroviária, em função dos novos investimentos e programas que contam com mais de 130 bilhões de reais para dinamizar o transporte de carga e passageiros no país.

Inscrições:

Para fazer sua inscrição, envie seu nome, cargo, empresa e telefone de contato para


Auditório Belo Horizonte do Crea- Minas

 Avenida Álvares Cabral, 1600

Santo Agostinho - Belo Horizonte - MG

PROGRAMAÇÃO

14h - Abertura

14h10 - Pronunciamentos


• Engº Civil Jobson Andrade
Presidente do Crea-Minas

Dra. Dorothea Werneck
Secretária de Estado do Desenvolvimento de Minas Gerais

• Dr. Bernardo Figueiredo
Presidente da Empresa de Planejamento e Logística - EPL

• Dr. Vicente Abate
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária - ABIFER

• Dr. Rodrigo Vilaça
Presidente da Associação Nacional Transportadores Ferroviários - ANTF

• Prof. Oswaldo Dehon R. Reis
Coordenador das Câmaras Temáticas - Crea-Minas


14h30- Palestra Magna - A Criação da EPL e o Planejamento Ferroviário no Brasil
• EPL - Dr. Bernardo Figueiredo

15h - Homenagem aos 50 anos da presença da GE Transportation no Brasil
Presença do Dr. Guilherme Mello - Presidente da GE Transportation para
América Latina

15h20 - Assinatura do Protocolo de Intenções do Crea-Minas com as Instituições e membros da Câmara Temática de Mobilidade


15h40 - Painel - Indústria Metroferroviária em Minas Gerais

Dr. Camilo Fraga Reis - Chair

• Usiminas Mecânica - Usimec - Dr. Jairo Andrade Cruz Junior
• Progress Rail - Dr. Alexandre Barros
• GE Transportation - Dr. Nelyo Oliveira

17h30 - Intervalo


17h45 - Painel - Operação Carga / Passageiros no Brasil

Dr. Rodrigo Vilaça (ANTF/ANP Trilhos) - Chair

• CBTU
• Metrô SP
• Super Via
• MRS
• VLI / VALE


19h15 - Painel - Indústria Metroferroviária no Brasil

Dr. Vicente Abate (ABIFER) - Chair

• Alstom - Dr. Luis Ferrari
• Bom Sinal - Dr. Francisco Sávio
• Voith - Dr. Lamarck Sobreira
• Bombardier
• Amsted Maxion
EXPOSIÇÃO DE EMPRESAS DA INDÚSTRIA METROFERROVIÁRIA

14 às 22h - Salão Nobre (1º Subsolo)

Expositores:
• GE Transportation
• Bombardier
• Alstom
• Voith
• Bom Sinal
• Usimec
• CBTU
• Agencia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de BH
• Queiroz Galvão
• Amsted Maxion


20h30 - Congraçamento


Fonte: ABIFER / Crea-Minas


Pres: Jobson Andrade, o CREA MINAS e o desenvolvimento econômico




Pres. Jobson Andrade -  O Crea Minas e as Universidades 

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Projeto propõe Ferroanel com trecho na RMC





ABIFER na mídia : Projeto propõe Ferroanel com trecho na RMC


Estatal confirma estudos para inclusão de 190km entre a cidade e Santos

O trecho ferroviário de 190 quilômetros entre Campinas e Santos, conhecido como Corredor de Exportação, deverá integrar o Ferroanel de São Paulo, projeto que irá interligar as ferrovias que já existem e retirar os trens de carga de dentro de São Paulo. A inclusão do novo trecho visa formar um contorno na região da Capital e garantir, a quem assumir o Ferroanel, o controle completo dos acessos ao Porto de Santos.

A Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal recém-criada para promover o desenvolvimento do sistema de transporte no País, confirmou a existência dos estudos e o início de negociações com a ALL Logística, para a devolução, ao governo federal, do trecho sob sua concessão. Procurada ontem, a ALL informou que não iria comentar o assunto.

As cargas que se dirigem ao Porto de Santos têm que passar dentro de São Paulo a velocidades baixas, porque compartilham os trilhos com os subúrbios da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o que torna o frete mais caro. O Ferroanel foi pensado para ter uma alternativa ao transporte de carga. O projeto original prevê a implantação de três trechos de aproximadamente 200 quilômetros de extensão. Só a construção deve superar R$ 2 bilhões, que não incluem as compensações ambientais e sociais e sociais.

O governo federal planeja começar a implantação do primeiro trecho no primeiro semestre de 2013, mas se o trecho de Campinas a Santos for incluído, os estudos e os editais deverão levar a obra para mais distante.

No primeiro trecho, o Norte, a ferrovia entre Jundiaí e Manoel Feio, em Itaquaquecetuba, será construída ao lado do trecho Norte do Rodoanel, sendo alguns trechos em túnel, sob alegação de que isso tende a diminuir custos e impacto ambiental. Esse trecho permitirá a movimentação de cargas, principalmente contêineres, da região de Campinas e Grande São Paulo para o Porto de Santos via cremalheira, além da transposição de comboios entre o Interior e o Vale do Paraíba.

O outro trecho, o Sul, vai margear o Rodoanel Sul, entre a Estação Evangelista de Souza e a cidade de Ribeirão Pires e articulará os movimentos das ferrovias que chegam à região metropolitana, permitindo a transposição da cidade tanto para os deslocamentos Leste-Oeste como aqueles que se estabelecem a partir dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e região do Vale do Paraíba, em São Paulo, para os estados da região Sul e vice-versa.

Para implantar o Ferroanel, o governo precisa do trecho do Porto de Santos a Itaquaquecetuba, controlado pela MRS Logística, que também administra o sistema de cremalheira para descer a serra até Santos. Sócios da MRS Logística não apoiam a antecipação da entrega da concessão (que termina em 2026) e querem indenização.

O novo modelo de concessão de ferrovias mudou regras, especialmente em relação ao direito de passagem — a operação em que uma concessionária, mediante remuneração ou compensação financeira, permite à outra trafegar na sua malha para dar prosseguimento, complementar ou encerrar uma prestação de serviço público de transporte ferroviário, utilizando a sua via permanente e o seu sistema de licenciamento de trens. O novo modelo acabou com a exclusividade no uso das linhas e quem ganhar a concessão do trecho vai construir a linha e vender ao governo toda a capacidade de passagem dos trens. 

No ano passado, o transporte ferroviário foi responsável por apenas 18% das cargas movimentadas em Santos. A maioria esmagadora das mercadorias que entram e saem do maior porto do País é transportada por meio de caminhão.

Proposta tem apoio da indústria ferroviária

A anexação do trecho ferroviário de Campinas a Santos ao Ferroanel de São Paulo trará desenvolvimento à indústria ferroviária, na medida em que a eficiência do sistema irá aumentar o volume de carga transportada, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Vicente Abate. Para ele, no entanto, o assunto é bastante complexo porque vai exigir negociações com as concessionárias que atualmente detêm o direito sobre vários trechos e que têm mais 15 de concessão pela frente. “Certamente elas terão que ser ressarcidas”, afirmou.

Abate afirmou que o Ferroanel dará condições também para que o transporte metropolitano da CPTM cresça — hoje ele é compartilhado com a carga — e a indústria irá se beneficiar tanto na construção da ferrovia quando no fornecimento dos equipamentos necessários ao transporte de cargas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Campinas, José Afonso Bittencourt, disse que a inclusão de Campinas no projeto do Ferroanel de São Paulo vai agregar valor para quem vencer a concessão, mas também impulsionar o setor de logística, que já é bastante forte na região de Campinas. “Na verdade é o resgate de um projeto antigo, que previa inclusive a conexão com outros modais, como o hidroviário”, disse.

SAIBA MAIS 

A malha férrea a ser incluída no Ferroanel de São Paulo foi construída pela Ferrovias Paulistas S.A. (Fepasa), em 1979, como um trecho de exportação entre Uberaba (MG) e Santos e, em 2002, passou para a concessão da América Latina Logística (ALL). Ela liga Campinas e Jundiaí ao Porto de Santos.

Matéria publicada em 03/10/2012

Fonte: Correio Popular


 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Prefeitura de Campinas manda ALL parar corte de árvores


Prefeitura manda ALL interromper corte de árvores no Jardim Florence

Empresa iniciou obras de ampliação da malha ferroviária em Campinas.


Moradores se manifestaram contra possíveis danos ao bosque do bairro.

Do G1 Campinas e Região
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Trem passa pelo Jardim Florence I, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
(Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)


Trem passa pelo Jardim Florence I, em Campinas

A empresa América Latina Logística (ALL) recebeu nesta quarta-feira (4) uma notificação feita pela Prefeitura de Campinas (SP) para que suspenda o corte de árvores nos locais compreendidos pela expansão da linha férrea no município, sobretudo no Jardim Florence. Neste bairro, moradores já se manifestaram contra a possível derrubada de um bosque comunitário, com cerca de 800 metros quadrados.

O documento solicita que a empresa apresente um projeto à administração sobre a supressão e recomposição das áreas naturais, além de um laudo sobre características da vegetação, como espécie nativa ou exótica. Segundo o chefe do Setor de Fiscalização Ambiental (SFA), Flávio Gordon, a permissão para as obras foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sem que a administração municipal fosse consultada.

"Vamos enviar um ofício ao órgão sobre a notificação. Precisamos saber onde estão as árvores e como ocorrerá a compensação. Em Campinas, o cálculo da empresa aponta que são 100 árvores, mas no total chega a 3,6 mil em 11 cidades do estado", aponta Gordon. A obra da ALL prevê duplicação da ferrovia entre Itirapina-Boa Vista (Campinas) e Santos (SP), com extensão de 383 quilômetros. O investimento é de R$ 535 milhões.

Na cidade, a Lei Orgânica estabelece que, para cada árvore nativa extraída, outras 25 devem ser plantadas. No caso de espécie exótica suprimida, de 20 a 30 mudas devem ser cultivadas. "A ALL também precisa renovar a Certidão de Uso e Ocupação do Solo", diz Gordon sobre o documento emitido pela administração municipal em 2010.

Árvores que os moradores do Jardim Florence I, em Campinas, querem preservar (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
(Foto: Luciano Calafiori / G1 Campinas)



Moradores se manifestam em bosque no Jardim Florence 

Multa e suspensão

O chefe da SFA explica que, caso uma árvore seja derrubada até a regularização solicitada pela prefeitura, a empresa será multada. Ele não soube informar o valor mínimo da sanção e disse que não há prazo estipulado. "Depende da empresa. Quanto mais depressa, as obras serão liberadas. Ela pode continuar os trabalhos que não provoquem supressão das árvores", explica Gordon.

Em nota, a ALL diz que suspendeu o corte de árvores no Jardim Florence, até que o "município entre em acordo com os moradores do bairro". Além disso, adianta que fará a compensação ambiental em locais aprovados pelo Ibama e que as obras de duplicação da linha férrea não serão paralisadas.

A assessoria do Ibama informou, às 17h50, que as licenças para as obras de duplicação na faixa de dominío da ferrovia, entre Campinas e Embu-Guaçu (SP), foram emitidas com documentos de anuência das prefeituras.

Para ler mais notícias do G1 Campinas e Região, clique em

 g1.globo.com/campinas.


Primeiras árvores que foram cortadas no Jardim Florence I, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)Árvores cortadas no bairro para ampliação da malha ferroviária, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori / G1)

04/10/2012 17h04 - Atualizado em 04/10/2012 17h58

Empresa iniciou obras de ampliação da malha ferroviária em Campinas



Moradores se manifestaram contra possíveis danos ao bosque do bairro.



04/10/2012 - G1 Campinas e Região

A empresa América Latina Logística (ALL) recebeu nesta quarta-feira (4) uma notificação feita pela Prefeitura de Campinas (SP) para que suspenda o corte de árvores nos locais compreendidos pela expansão da linha férrea no município, sobretudo no Jardim Florence. Neste bairro, moradores já se manifestaram contra a possível derrubada de um bosque comunitário, com cerca de 800 metros quadrados.

O documento solicita que a empresa apresente um projeto à administração sobre a supressão e recomposição das áreas naturais, além de um laudo sobre características da vegetação, como espécie nativa ou exótica. Segundo o chefe do Setor de Fiscalização Ambiental (SFA), Flávio Gordon, a permissão para as obras foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sem que a administração municipal fosse consultada.

Vamos enviar um ofício ao órgão sobre a notificação. Precisamos saber onde estão as árvores e como ocorrerá a compensação. Em Campinas, o cálculo da empresa aponta que são 100 árvores, mas no total chega a 3,6 mil em 11 cidades do estado, aponta Gordon. A obra da ALL prevê duplicação da ferrovia entre Itirapina-Boa Vista (Campinas) e Santos (SP), com extensão de 383 quilômetros. O investimento é de R$ 535 milhões.

Na cidade, a Lei Orgânica estabelece que, para cada árvore nativa extraída, outras 25 devem ser plantadas. No caso de espécie exótica suprimida, de 20 a 30 mudas devem ser cultivadas. A ALL também precisa renovar a Certidão de Uso e Ocupação do Solo, diz Gordon sobre o documento emitido pela administração municipal em 2010.

Multa e suspensão

O chefe da SFA explica que, caso uma árvore seja derrubada até a regularização solicitada pela prefeitura, a empresa será multada. Ele não soube informar o valor mínimo da sanção e disse que não há prazo estipulado. Depende da empresa. Quanto mais depressa, as obras serão liberadas. Ela pode continuar os trabalhos que não provoquem supressão das árvores, explica Gordon.

Em nota, a ALL diz que suspendeu o corte de árvores no Jardim Florence, até que o município entre em acordo com os moradores do bairro. Além disso, adianta que fará a compensação ambiental em locais aprovados pelo Ibama e que as obras de duplicação da linha férrea não serão paralisadas.
A assessoria do Ibama informou, às 17h50, que as licenças para as obras de duplicação na faixa de dominío da ferrovia, entre Campinas e Embu-Guaçu (SP), foram emitidas com documentos de anuência das prefeituras.

RF – Confira na íntegra a nota enviada pela ALL para a Revista Ferroviária:

“A ALL – América Latina Logística informa que as obras de duplicação da ferrovia estão devidamente autorizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), de acordo com as normas da Licença Ambiental de Instalação LI 862/2012 emitida pelo órgão em 19/04/2012, e seguem os mais rigorosos padrões ambientais. A supressão da vegetação que se encontra na faixa de domínio da ferrovia e que impede a obra de duplicação da linha férrea na região do Parque Florence, em Campinas, está prevista no projeto, devidamente autorizada (Autorização de Supressão de Vegetação - ASB no 657/2012).

A compensação da vegetação é feita com o plantio de novas árvores em áreas de relevante importância ecológica, como a reserva do Morro Grande, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e o Parque Estadual da Serra do Mar, o que já vem acontecendo desde início do projeto. 

A concessionária também vem realizando há mais de um mês ações de comunicação social com as comunidades, onde são apresentados aos líderes comunitários os documentos de liberação do Ibama e os projetos de recomposição florestal nas regiões da obra de duplicação.
Projeto Total

A obra compõe o projeto de duplicação da ferrovia entre Itirapina/Boa Vista (Campinas) e Santos, com extensão de 383 km, parceria da ALL com a Rumo Logística. Com investimentos totais de R$ 535 milhões, o projeto irá ampliar em duas vezes a capacidade total da malha, tornando a exportação brasileira mais competitiva, além de retirar da rodovia 1.500 caminhões/dia. Ao todo, a obra deve gerar 2,8 mil empregos. 

Além de ampliar a capacidade do trecho, a duplicação deve reduzir em 25% o tempo de trânsito e o mais importante para a população: trazer a quase zero o número de cruzamentos de trens, que antes impactavam na circulação de veículos e pedestres. Isso ocorre devido à eliminação de pátios de cruzamento, tornando a logística mais eficiente, com menos impacto nos cruzamentos e menor tempo de parada de trens.
Prefeitura

A ALL- América Latina Logística informa que a pedido da Prefeitura de Campinas suspendeu a supressão da vegetação no Jardim Florence até que o município entre em acordo com os moradores do bairro. A empresa irá realizar a compensação ambiental no bairro Florence, em locais que ainda serão avaliados e aprovados pelo IBAMA. 

A concessionária esclarece que não será necessária a emissão de uma nova licença ambiental e que as obras de duplicação da linha férrea não serão paralisadas.”


04/10/2012 17h04 - Atualizado em 04/10/2012 17h58