terça-feira, 18 de setembro de 2012

Grupo se une para preservar 'bosque comunitário' às margens de ferrovia

http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/09/grupo-se-une-para-preservar-bosque-comunitario-margens-de-ferrovia.html



Empresa quer cortar árvores no Jardim Florence I, em Campinas.


Árvores já começaram a ser derrubadas para ampliação da malha.

Do G1 Campinas e Região
 
Árvores que os moradores do Jardim Florence I, em Campinas, querem preservar (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
(Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)


Árvores que os moradores do Jardim Florence I querem preservar 


Moradores do Jardim Florence I, em Campinas (SP), querem impedir que a América Latina Logística (ALL)  derrube um pequeno bosque com cerca de 800 metros quadrados que abriga árvores de várias espécies, como ipês e primaveras.
A área, cuidada pelos vizinhos, serve de sombra e local de descanso para quem reside no bairro. O cinturão verde foi plantado a partir de 1994 pela aposentada Rute Keller.
Trem passa pelo Jardim Florence I, em Campinas (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
(Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)   

Trem passa pelo Jardim Florence I

De acordo com os moradores, as árvores começaram a ser derrubadas na tarde de segunda-feira (17). “Fomos pegos de surpresa. Vi de casa com o meu binóculo. Desci lá e pedi para eles pararem de cortar. Eles pararam”, conta Rute.
Ainda segundo os moradores, a mata será derrubada para que a ALL amplie o ramal ferroviário. Novos trilhos passarão onde está o pequeno bosque.
Na manhã desta terça-feira (18), um grupo de moradores liderados pelo casal Rute e Kurt Keller fez plantão no local, mas apenas um funcionário da concessionária apareceu e o desmate não aconteceu no período da manhã. “Derrubaram o meu pé de caju”, disse um morador que passou pelo local, mas não se identificou. Os moradores ainda questionam a documentação apresentada pela empresa.
A América Latina Logística (ALL), responsável pela malha ferroviária, informou em nota à imprensa que tem autorização para obras de ampliação. A empresa alega ainda que segue padrões ambientais.Leia nota abaixo:
Informe à Imprensa
A ALL – América Latina Logística esclarece que as obras de duplicação da ferrovia estão devidamente autorizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), de acordo com as normas da Licença Ambiental de Instalação LI 862/2012 emitida pelo órgão em 19/04/2012, e seguem os mais rigorosos padrões ambientais. A supressão da vegetação que se encontra na faixa de domínio da ferrovia e que impede a obra de duplicação da linha férrea na região do Parque Florence, em Campinas, está prevista no projeto, devidamente autorizada (Autorização de Supressão de Vegetação - ASB no 657/2012).
A compensação da vegetação é feita com o plantio de novas árvores em áreas de relevante importância ecológica, como a reserva do Morro Grande, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e o Parque Estadual da Serra do Mar, o que já vem acontecendo desde início do projeto.
A concessionária também vem realizando há mais de um mês ações de comunicação social com as comunidades, onde são apresentados aos líderes comunitários os documentos de liberação do Ibama e os projetos de recomposição florestal nas regiões da obra de duplicação.
Passagem de nível: para a execução da obra, a ALL realizou ainda um estudo de tráfego ao longo de toda a ferrovia. O projeto prevê que sejam executadas algumas obras de desnível (viadutos e trincheiras) em substituição a passagens de nível existentes. Cabe ressaltar, entretanto, que a passagem de nível mencionada pelos moradores é clandestina e encontra-se a menos de 500 metros de um viaduto, que pode ser utilizado para a passagem de veículos e pedestres, não estando, portanto, incluída no projeto. Pelo regulamento da operação ferroviária e de acordo com normas da ABNT, não é autorizada a abertura de passagens com distância mínima inferior a 1 quilômetro uma da outra. 

Projeto Total
 
A obra compõe o projeto de duplicação da ferrovia entre Itirapina/Boa Vista (Campinas) e Santos, com extensão de 383 km, parceria da ALL com a Rumo Logística. Com investimentos totais de R$ 535 milhões, o projeto irá ampliar em duas vezes a capacidade total da malha, tornando a exportação brasileira mais competitiva, além de retirar da rodovia 1.500 caminhões/dia. Ao todo, a obra deve gerar 2,8 mil empregos.

Além de ampliar a capacidade do trecho, a duplicação deve reduzir em 25% o tempo de trânsito e o mais importante para a população: trazer a quase zero o número de cruzamentos de trens, que antes impactavam na circulação de veículos e pedestres. Isso ocorre devido à eliminação de pátios de cruzamento, tornando a logística mais eficiente, com menos impacto nos cruzamentos e menor tempo de parada de trens.




18/09/2012 13h20 - Atualizado em 18/09/2012 15h32

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